Gestão de Estoque ou Administração
de estoques é uma área da administração das empresas, pois o
desempenho nesta área tem reflexos imediatos nos resultados comerciais e
financeiros da empresa. (Francischini et al., 2002).
O objetivo da gestão de estoque envolve a determinação de três
decisões principais:
· Quanto encomendar,
· Quando encomendar;
· Quantidade de estoque de
segurança que se deve manter para que cada artigo assegure um nível de serviço
satisfatório para o cliente.
Estas decisões assumem uma dinâmica repetitiva ao longo do tempo,
e tornam-se complexas devido ao enorme leque de fatores envolvidos na tomada
das mesmas (Benchkovsky, 1964, p. 689). Para resolver este problema
utiliza procedimentos matemáticos e estatísticos entre eles:
· Classificação dos itens estocados, em
destaque a classificação ABC (Análise de Pareto) (Francischini
et al., 2002, p. 97-102).
· Estimativas de demandas, classificadas
em dependente e independente.
· Estimativas de parâmetros como Stock
Máximo, estoque De Segurança (Francischini et al., 2002, p. 152-157),
Ponto De Encomenda (Francischini et al., 2002, p. 159).
Todas as organizações, seja qual for o sector de atividade em
que operem, partilham a seguinte dificuldade: como efetuar
manutenção e controle do estoque.
Este problema não reside apenas nas empresas, mas também
em instituições de carácter social e/ou de índole
não lucrativo, visto os estoques existirem
transversalmente na sociedade, sejam em explorações
agrícolas,fabricantes, grossistas, retalhistas, mas também
em escolas, igrejas, prisões e em todo o tipo
de estabelecimentos comerciais. Apesar deste problema existir desde
sempre, apenas no século XX se começaram a estudar e a
desenvolver técnicas no sentido de lidar com esta questão, que se
tornou mais relevante depois da Segunda Guerra Mundial, onde
a incerteza era constante e que levou a que se dessem, de uma forma
mais ou menos secreta, os primeiros passos
na gestão de estoque. Se teoricamente, a gestão
de estoque é a área das operações organizacional mais desenvolvida,
a prática mostra precisamente o contrário (Tersine, 1988, p. 3).
Fazer com que um produto em estoque esteja constantemente pronto a
dar resposta a uma encomenda de um cliente será uma boa definição
para gestão de estoque. A sua boa gestão passa por satisfazer a exigência,
satisfazendo também a componente economica (Zermati, 1986, p. 18).
Estoque de segurança
O estoque de
segurança é determinado diretamente através de previsões. Não conseguindo serem
estas previsões absolutamente exatas, o estoque de segurança
irá funcionar como uma proteção quando a procura atinge valores superiores ao
esperado. Como foi referido anteriormente as principais variáveis a ter em
conta são a procura e o tempo de aprovisionamento designado também por prazo de
entrega. É nestas variáveis que o estoque de segurança irá desempenhar
um papel fundamental na medida em que a satisfação da procura terá que ser
garantida nas situações em que o prazo de aprovisionamento é superior ao valor
médio previsto, a procura é superior ao valor médio previsto e no caso de as
duas situações acontecerem simultaneamente (Tersine, 1988, p. 184). É
ainda importante referir a relação direta existente entre o aumento
dos estoques de segurança e (Tersine, 1988, p. 188):
· Aumento dos custos de ruptura e dos
níveis de serviço;
· Descida dos custos de posse;
· Maiores variações na procura;
· Maiores variações no prazo de entrega
(tempo de aprovisionamento).
Custos da Gestão de Estoque
Custos de aprovisionamento
Corresponde ao custo de
processamento da encomenda, que poderá ser a compra feita a um fornecedor, mas
também aos custos associados à inspeção e transferência do material, assim como
os custos relativos à produção (Plossl, 1985, p. 21).
Custos de posse
São os custos diretamente
relacionados com a manutenção dos artigos em stock,
poderão ser de obsolescência, de
deterioração, impostos, seguros, custo do armazém e sua
manutenção e custos do capital (Plossl, 1985, p.
22).
Custos de
ruptura
Estes custos surgem quando
não há material disponível para fazer face ao(s) pedido(s) do(s) cliente(s).
Com isso, não só são gastas mais horas e trabalho na elaboração de novos
pedidos, como em casos extremos poderá levar à perda do(s) cliente(s) (Plossl, 1985, p.
22).
Embora estes sejam
considerados os três principais custos associados à gestão de estoque, Plossl (1985, p. 22), refere
ainda um quarto grupo, designado por custo
associado à capacidade, que são os custos relacionados com questões
laborais como horas extraordinárias, subcontratações, despedimentos, formações e períodos de inatividade por parte do
trabalhador.
A gestão de estoque é uma ferramenta essencial para apoiar os
principais propósitos de toda empresa: lucro e a satisfação dos clientes. “Quem
faz um controle eficiente do estoque, frequentemente, consegue praticar
melhores preços, atende com agilidade e tem mais qualidade no serviço prestado
ou produto comercializado”, ressalta Reinaldo Messias, consultor do Sebrae-SP.
Ele explica que uma gestão de estoque feita de maneira adequada é aquela
que, preocupada com o capital do negócio, está sempre respondendo a cinco
questões básicas:
Onde estocar?
Avalie o espaço físico da área de estocagem: escolha o ambiente,
que permita as melhores condições de armazenamento, visualização, acesso e
controle dos artigos.
O que está estocado e o que devo estocar?
Tudo pode, mas nem tudo deve ser estocado, principalmente, se for
em quantidade não adequada com o consumo previsto. Tudo vai depender dos riscos
que se corre em deixar acabar o item no estoque e o que este fato altera a
relação com o cliente, considerando ainda o risco de sobrar material com
validade inadequada ou fora de moda.
Na prática: suponha que em sua loja de roupas num
centro comercial qualquer, você tenha uma vitrine, iluminada por 10 pequenas
lâmpadas, onde são expostos os artigos que você mais deseja comercializar. Você
necessita ter lâmpadas em estoque? Provavelmente não, pois se alguma queimar
você pode providenciar sua reposição a qualquer momento, além do que uma
lâmpada a menos não fará grande diferença para o desempenho da atividade. Por outro
lado, se a vitrine tiver uma peça que não haja no estoque, você perde chance de
promover uma boa venda e deixa seu cliente insatisfeito.
Quanto estocar e por quanto tempo?
Pense nas seguintes regras para responder a essa pergunta: o
estoque não deve estar alto quando o caixa (dinheiro disponível) está baixo; e
o nível dos estoques deve acompanhar a venda dos produtos.
Quando se tem uma previsão de vendas para o próximo período e as
quantidades estocadas de cada artigo, basta acrescentar o tempo e a quantidade
mínima exigida pelo fornecedor para repor os artigos a serem estocados.
Na prática: supondo uma venda de 10 unidades de uma
determinada linha de artigos por dia e se seu prazo para reposição for de três
dias, deveremos fazer um novo pedido quando a quantidade percebida em estoque
for de trinta unidades, mais uma segurança para eventuais atrasos. É sempre
bom, periodicamente, criar rotinas para avaliar se o que tem nos controles
condiz com o que existe na loja, atividade conhecida como inventário. Essa
rotina verifica a quantidade de acertos ou desvios que ocorrem no seu sistema.
Fique sempre atento!
Como controlar?
Um computador pode ajudar muito nesse controle, entretanto, a
informática não inibe erros de entrada, saída ou omissão. Quanto maior o número
de itens que você trabalha na loja, mais fácil se torna o controle através de
sistemas informatizados, entretanto, a percepção visual do empresário ajuda
muito a detectar os itens faltantes. É fundamental acompanhar diariamente toda
a movimentação do que acontece nos estoques de sua loja, pois você já deve ter
sentido que isso trará muitos benefícios à sua operação e evitará que possíveis
furtos, ocasionados por colaboradores ou consumidores.
Vantagens da gestão de estoque:
• Utilizar adequadamente o capital de giro do negócio.
• Evitar atrasos no fornecimento de materiais e componentes.
• Suprir as necessidades de vendas na medida da demanda.
• Evitar a obsolescência e desvios de produtos e materiais.
• Adequar-se às cotas de fornecimento.
• Liberar espaços produtivos.
• Identificar produtos que estão sem giro.
• Conhecer a influência do estoque nos resultados financeiros.
• Estratégia frente ao capital de giro e o atendimento a clientes.
Dicas de Gestão de Estoques
• Planejar o estoque hoje é zelar pelo capital de giro amanhã!
• Inventários periódicos auxiliam na identificação de furtos ou
desvios de estoques.
• O custo de aquisição dos artigos é importante. Mantenha-o sempre
registrado!
• Sistemas informatizados ágeis facilitam controle, gestão e
consulta aos estoques!
• Controle a validade e a aceitabilidade dos itens de estoques.
• Comprar bem é comprar o produto certo, na qualidade adequada, no
tempo e na quantidade certa!
• O controle visual dos artigos estocados é tão ou mais importante
que relatórios informatizados.
“O estoque é o coração da empresa”
É isso que afirma Eliane Domini, proprietária da empresa de
eventos Bar & Barman, sediada na capital paulista. “Por muito tempo pensava
que o coração da empresa era o comercial, isso foi um grande erro”, diz e
acrescenta “é no estoque que está o meu dinheiro, é ali que eu tenho lucro ou
deixo de ter”. Eliane contou que toda semana pagava uma média de R$ 3 mil só de
quebra de copo, que era alugado. “Passei a controlar o meu estoque de copos,
tudo o que ia para o evento para saber quando, onde e porque estava quebrando.
Hoje gastamos apenas R$ 100 com isso”, revela.
A empresa quase quebrou devido à falta de controle. Hoje, Eliane
controla tudo, e conta com a ajuda da filha, mas ainda sofre o reflexo da época
em que não fazia uma gestão do estoque. “Tem que ser uma pessoa de extrema
confiança para fazer esse trabalho, um profissional completo. Ou então, faça
você mesmo”, recomenda.
Controlar tudo possibilitou também que Eliane reduzisse o preço de
alguns serviços oferecidos, “o retorno de bebidas não consumidas em um evento
para o meu estoque fez eu enxergar que o lucro era maior. Antes, isso não
acontecia, tudo o que saia da empresa não voltava. Não adianta vender superbem
se o desperdício é maior. Eu eliminei compras exageradas. Tudo enxugou a partir
do estoque. Passei a não ter tanto prejuízo”.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/ http://www.sebraesp.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário